“NOT JUST THE DISRUPTION OF MONEY.
IT’S THE DISRUPTION OF EVERYTHING.”
É engraçado. Ficamos brabos e assustados de pensar que os robôs vão roubar o nosso emprego. Mas a gente esquece que, a gente odeia o nosso emprego.
Estamos em transição para novas formas de trabalho, novas formas de consumo, novas formas de aprendizado e novas formas de empreender. São tecnologias disruptivas que aparecem para abalar importantes pilares da nossa sociedade.
O Bitcoin é uma moeda virtual criptografada.
É dinheiro, só que digital. Não existe no meio físico. Com ela, podemos comprar coisas e fazer transações online mais rápidas e mais baratas, porque não tem intermediários.
O sistema é controlado por desconhecidos que trabalham para manter a segurança do sistema. Mesmo assim, todos os pagamentos são seguros, transparentes e não revelam a identidade de quem faz as transações. Incrível não?
É como se o Bitcoin fosse a moeda de um novo país, a internet. Universal e sem fronteiras. Sem donos e sem a interferência de nenhum governo. E, por enquanto, tudo funciona bem. Com certeza, é uma revolução que pode alterar a forma como enxergamos a economia.
O Bitcoin é legal, mas é só a ponta do iceberg.
O que faz o Bitcoin funcionar é o grande barato. Existe um mundo gigante aqui embaixo conectado por essa tecnologia, chamada Blockchain.
É uma tecnologia de criptografia que usa um sistema de blocos para garantir a segurança das transações, sem intermediários. É dificil de explicar e de entender. Então, vamos por partes.
Imagine que você comprou um tablet na internet e você faz o pagamento para a empresa. Essa transação é intermediada pelos bancos, que verificam a legitimidade da negociação e confirmam o pagamento.
Com o BlockChain, essa verificação é feita pelo próprio sistema. Pelos usuários, que são chamados de mineradores. Nem todos usuários são mineradores, mas todos podem ser se quiserem. Basta ter hardwares potentes e acesso a energia elétrica barata.
Os mineradores são os responsáveis pela segurança das transações. Mas por que eles fazem isto? Porque nessa tecnologia é melhor colaborar do que tentar burlar o sistema.
O Blockchain usa um algoritmo matemático complexo para criptografar todas as transações registradas no sistema. Estes registros ficam armazenados em blocos, onde cada novo bloco fica ligado ao bloco anterior. Então, se um usuário tentar fraudar o sistema alterando os resultados de um bloco, todos os outros blocos serão alterados, impossibilitando a confirmação da transação.
O jogo Sudoku é uma boa analogia para explicar. A criptografia dos registros é matematicamente complexa, porém de fácil verificação. Assim como no Sudoku, é só fazer a prova-real (ver se todos os quadrados, linhas e colunas fecham a contagem dos 9 números). Isso é só um exemplo, os caras não ficam jogando Sudoku haha.
Esse é o papel dos mineradores. Confirmar a legitimidade de cada transação e registrar no sistema. E, com isto, são recompensados com Bitcoins (dinheiro virtual).
Nos bancos, esses registros ficam escondidos em um só servidor. Ninguém pode acessar. Já no BlockChain, há cópia de todos os registros nos servidores de todos os mineradores do mundo. Todos podem consultar.
Isto é um sistema DISTRIBUÍDO.
A informação flui por todos os lugares. Sem gerência, sem funcionários e sem dono.
O que acontece hoje.
Uma pessoa quer chegar em algum lugar, outra quer dirigir. Uma pessoa precisa de um lugar para ficar, outra quer alugar o apartamento que está vazio. Uma quer vender, outra quer comprar. As empresas mais fodas estão conectando essas pessoas. Estamos vivendo a era das plataformas.
Uber, Airbnb e Mercado Livre são plataformas. São uma ligação, uma ponte entre quem precisa de algo e quem tem algo a oferecer. E ganham uma boa grana para intermediar isto.
Vamos entender melhor com o Diagrama de Baran.
Centralizado
O nó central detém todo poder. Se retirar este nó, todo o sistema é prejudicado.
Descentralizado
Alguns nós tem certa autonomia mas se retirados, paralisam uma parte do sistema.
Distribuído
Todos os nós estão conectados e interagem entre sí. Se retirar um nó, o sistema continua normalmente.
Então, temos modelos conservadores, onde o poder e o fluxo de informações sempre vão de uma pessoa para as demais (Centralizado). Temos modelos tradicionais, separados por departamentos: como presidente, diretores e gerentes (Descentralizado). E temos modelos distribuídos onde todos interagem entre sí, sem hierarquia (Distribuído).
As plataformas estão na transição entre o modelo Descentralizado e Distribuido. Existem pessoas interagindo entre sí, tecnologias que facilitam a organização do sistema mas o poder não está totalmente distribuido. Por isso, ainda são intermediários.
Mas, aguenta aí, seus dias estão contados.
Imagine que você está na sua casa. Na cozinha está a namorada com a sua família fazendo o almoço. Na churrasqueira está os brothers do futebol assando uma carne, no quarto está a amante e trancados no banheiro estão o chefe e os colegas de trabalho.
Esta é a nossa rotina hoje. Com tudo hiperconectado, é como se estivessemos em vários lugares ao mesmo tempo, ou melhor, como se todos os lugares estivessem no mesmo lugar que nós. Como se todos esses grupos sociais estivessem falando ao mesmo tempo, dentro da sua casa.
Quantos cômodos tem o seu Whatsapp?
Você vai precisar de uma casa maior. Toda a conectividade vai aumentar. A cafeteira e a geladeira entrarão na conversa. É a internet das coisas. Quando você acordar o café estará pronto e a geladeira terá encomendado o leite que faltava. Tudo estará conectado e interagindo com nós.
Vestiremos tecnologia. Roupas que equilibram a temperatura do corpo, tênis com estampas digitais e óculos que tornam a nossa realidade um hibrido da internet e o mundo real. Vamos além. Usaremos óculos de realidade virtual para fazer compras, nos divertir e nos relacionar com as outras pessoas. Seremos os criadores de um novo mundo, com cenários digitais.
Robôs inteligentes farão o serviço de casa. Usaremos o quarto vazio para ter a nossa própria fábrica, vamos imprimir todos os produtos que precisar. É só fazer o download na internet. Ou então, manipularemos a matéria. Um mesmo material será um garfo e depois será uma xicara. O homem sempre fez isto, mas agora será em nível subatômico.
Tudo isso, um dia foi ficção. Mas agora é realidade.
Vai avançar, vai evoluir e vai chegar na massa.
No século 19, o emprego dos cavalos estava ameaçado. Muita gente relutou, mas os cavalos ficaram desempregados. Desde lá, a população dos equinos diminuiu drasticamente.
É o que acham que vai acontecer com nós.
Henry Ford trouxe um progresso para o mundo. Os automóveis superavam a capacidade dos músculos dos cavalos, e eles foram colocados de lado. A força física foi dominada pela máquina.
É exatamente o que está acontecendo com nós. Todos os trabalhos repetitivos, lineares e programados estão sendo dominados. Os robôs vão roubar todos esses empregos. Então, o que nos resta, são trabalhos mais intelectuais. Mas até quando?
Carros autônomos e robôs inteligentes também vão trazer demissões em massa. Eles não precisam ser perfeitos, só precisam fazer algo específico igual a nós. São mais baratos e não xingam o chefe.
Mas então, o que vamos fazer?
Lembra do Blockchain? Ele vai nos ajudar. A tecnologia vem para assolar os nossos empregos. Mas tudo bem, nós odiamos eles. Não teremos mais empregos, nós teremos habilidades.
A tecnologia é igual ao governo, só que ao contrário. Ela tira com uma mão, mas dá com a outra.
Quando imaginamos o futuro, é importante levar em consideração a cultura e todos os avanços igualmente. Assim como surgem tecnologias para tirar empregos, surgem tecnologias para alterar completamente todo o mercado de trabalho. Não é que não teremos empregos, é que não precisaremos deles.
Só a cultura me preocupa um pouco. Mas é aí que entra você, eu e os mindset atualizados.
O Blockchain vai evoluir e será a ajuda que precisamos para fazer a transição. De redes descentralizadas para redes distribuídas. Com mais confiança e menos burocracia, teremos a extinção de todos os intermediários. Airbnbs e Ubers existirão aos montes. Mas sem gerência, sem cargos e sem donos. Assim como é o Bitcoin.
Rede distribuídas no ensino, redes distribuídas no transporte, redes distribuídas no trabalho e redes distribuídas em todos os lugares.
A tecnologia juntará todas as peças pra ela mesmo intermediar tudo, através de nós. E ela não cobrará nenhuma taxa por isso. Com isso, todas as estruturas desmoronam, todos os monopólios acabam e tudo fica para a rede. Tudo fica compartilhado, entre nós.
Viveremos um mundo de Freelancers. Um dia seremos professores, em outro designers e no outro marketeiros digitais. Teremos várias habilidades, e poderemos trocar elas livremente.
A tecnologia vem e acaba com nossos empregos. Mas também destrói barreiras que atrasam o progresso da humanidade. Vem, e abre espaço para todas as pessoas se tornarem empoderadas e disponíveis para compartilhar com a rede.
E assim, a soma de todos nós é maior que qualquer sistema do mundo.
E você, pensando só no seu emprego...
Vou compartilhar em breve um conteúdo mais avançado. Deixe seu email que eu te aviso.
#tamojunto!
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