Hit do Kondzilla no carnaval 2018 usa referência infantil do rei leão e bomba na internet

Como estar no meio do carnaval e não se lembrar do filme que marcou a nossa infância? O hit "Troféu do Ano" bombou na internet e festivais de carnaval usando como referência a música de entrada do filme "O Rei Leão".

O que o Kondzilla pode nos ensinar sobre criatividade?

Este não é um conteúdo para divulgar os hits de verão. É uma análise de como é o processo criativo dos artistas usando referências já conhecidas pelo público.

Já escutou uma música que você se apaixonou de imediato? Não sei se foi o caso da música do Kondzilla, mas algumas músicas tem uma batida tão envolvente que conquistam em segundos o coração dos ouvintes.

Será que temos uma tendência maior de curtir coisas que usam referências que são familiares para nós? Será que temos uma maior aceitação daquilo que já conhecemos?

Talvez sim, mas queremos refletir não só o tipo de referências escolhidas pelos artistas, mas a importância das referências no processo criativo.

Temos um desafio para você: Tente criar algo novo sem usar nenhuma referência.
Seja sincero consigo mesmo, faça o caminho contrário de onde a sua ideia surgiu e descubra se você usou ou não alguma referência que já conhecia.

A criatividade humana não tem limites.

Quem trabalha com criação sabe que tudo que existe no mundo serve de matéria-prima para criar algo novo, e a matéria-prima da indústria criativa são as referências que roubamos por aí.

Roubar? sim, esse é um conceito bem conhecido inventado pelo Austin Kleon e genialmente ilustrado no seu livro "Roube como artista".

Nele, Austin explica como um artista rouba referências durante a sua vida para criar algo totalmente novo.

Lembra do Kondzilla. A galera que produziu essa música, roubou uma referência muito conhecida e enraizada na memória das pessoas, e a partir disso, criaram algo totalmente novo. Não vamos entrar no mérito do que é bom ou ruim, do certo ou errado. Mas não podemos negar que é algo novo, eu nunca tinha visto uma releitura do Rei Leão com batidas de funk.

Isso é criação, isso é algo novo. Mas nessas roubanças da vida, temos que tomar muito cuidado para não plagiar, imitar e degradar outras criações.

Vamos para algo mais prático, mesmo sendo teórico?

Antes de mais nada, gostaria de deixar bem claro que imaginação também é criação. Então vamos criar algo novo começando por um passo importante do processo criativo: imaginação.

Beleza então! Eu quero que você imagine um XIMBIRIDA!

Sim, eu sei, isso não existe. Eu até procurei no google pra ver.

Imaginou?

Isso, um XIMBIRIDA!

Não importa se você imagine algo sem sentido. Aliás, nem sei se tem como fazer sentido imaginar algo ainda não existe. Mas esse é o momento mais mágico do nosso conteúdo, a partir de agora, o XIMBIRIDA foi inventado e ganhou vida na nossa imaginação.

Pra mim, foi um macaco com cabeça quadrada de bigorna. Por que? Não sei, esse foi o meu processo criativo, individual e instransferível. Mas eu sei de uma coisa, na verdade, eu tenho certeza. Eu usei duas referências que eu já conhecia para criar isso: a do macaco e da bigorna.

Talvez você tenha usado uma, duas ou várias. Mas é muito importante entender que você usou referências roubadas durante a sua vida para criar um XIMBIRIDA na sua imaginação.

E isso, tira uma pressão gigante da nossa mente na hora de criar. Não precisamos criar algo 100% novo (na verdade, nem conseguimos), devemos observar o mundo e usar tudo o que conhecemos como referências para a nova criação.

Não importa se seja um ximbirida ou uma música famosa de um filme infantil. Criar é uma arte e roubar faz parte.

O Kondzilla está roubando, talvez seja por isso que conquistou o título de maior canal do youtube do Brasil.